O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MAIS UM POEMA MEU...






 Lembrança.
                                                                                                                                                                             Meus passos ressoam no salão da noite,
pontilhado de luz...
Minha alma,cigana e livre,
como concha repetindo o mar,
vai recordando os versos
que o amor escreveu  um dia,                                                                                                                        nas areias do tempo.
 
Funda é a tua ausência.
Mas, sinto-te, presente ainda em mim...
A refulgir como cristal partido
no silêncio translúcido
e escondido,
a brilhar,como estrela.


Cezarina Macedo/dez-2011.





segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FRAGMENTOS DE UMA POESIA,UMA MÚSICA...E O EXÓTICO ORIENTE...


ODALISCA-PIERRE-AUGUSTE RENOIR/1870.



Leon Francois Comerre  (French painter , 1850–1916)                                        -  An Eastern Beauty.

Leon Francois Comerre (French painter , 1850–1916)                             -  An Arab Beauty




Marie Antoinette Izart – The Cup of Coffee

SOU...


(....)
Sou mulher.
Trago a inconstância das marés
na linfa do meu sangue.
Guardo ainda o sabor salgado
do mar,dentro de mim.
Lembranças da Deusa que nasceu das águas.


Afrodite!
Conduz o meu amado
até meus braços.
Que meus seios sejam seu regaço
e a curva morna dos meus lábios
um ninho quente e macio.


Calem-se as palavras...
Soe apenas,o silêncio.
E,no escuro,as nossas carícias
tenham um sabor inusitado
de novos horizontes de âmbar e de marfim.
E nossas pernas trilhem,confundidas,
todos os caminhos onde, ainda,
não fomos...


Que o prazer oriental dos beijos
nos leve nas asas do Desejo  
a um país além dos mares,
com um perfume de sândalo e especiarias...
(....)                                                                                                                                          CEZARINA MACEDO,                                                                                                                                In "HARPA DOS VENTOS "/ Editora Novitas-2009.











Imagens do Google.

sábado, 17 de dezembro de 2011

INESPERADO VENTO...




Coisa estranha a paixão!
Ontem,eu estava
parada,estática,
como estátua gelada.
Tudo na minha vida
era tranquilidade
e morna lentidão
de uma plácida lagoa,
lisa,parada.
Nenhum vento a soprar,
nenhum som.
Não havia dor e
nem felicidade havia.
Pacífica calmaria
de um espelho dágua
gelado.

Chegaste.

Um vento inesperado
encrespa minhas águas.
Hoje, sou correnteza e
inquietude.
E tu és tempestade,
és a tormenta,o vendaval.
Que me transforma
e que me deixa tonta...
A girar como uma folha seca,
ou louco catavento,
pelo ar.

Cezarina Macedo. (In " Harpa dos Ventos"/Editora Novitas/2009.ISBN 978-85-62442-01-8).






IMAGENS DO GOOGLE.

domingo, 11 de dezembro de 2011

MEU ORGULHO CIGANO! EU NÃO O ESCONDO!














Ser cigano ...Que orgulho! 
A minoria étnica mais sofrida do planeta,mais discriminada,mais perseguida,mais abandonada pelos governos,vivendo em guetos miseráveis em vários países...
Mas,as almas mais musicais,mais alegres,mais esperançosas que conheço!


OPTCHÁ!


CEZARINA MACEDO.

domingo, 4 de dezembro de 2011

SER MULHER...UM POEMA MEU...






Ser mulher...
Ter no âmago feminino
a seiva eterna que  nutre;
no corpo a vida que vibra e empurra
a seguir adiante.
Ser mulher:
na alma,uma chama,
a cintilar esperança.
Uma força que  instiga
a lutar,a caminhar sempre adiante e
colher o destino como trigo dourado
a ondear ao vento...
Ser mulher.
Acolher nos braços amistosos
Outro corpo,outra alma
que,ansiosa,aperta,afaga e cuida,
dissolvendo-se em ternura,
a brotar como flor...
Ser mulher: nas mãos que
tecem linhas,fazem pães,constroem ninhos.
plantam flores,curam feridas.
Nos olhos,que como rios deságuam
em dores,sentimentos,mágoas...
Ser mulher,ser mãe,ser amante,ser fonte.
Ser semente e terra úmida,ser estrada...
Ser tardes ou manhãs ensolaradas,
noites escuras, misteriosas,insondáveis...
Tempestuosas ou calmas enseadas
onde o mar  estende suas claras águas.
Ser mulher é ser todo o infinito.
Ser concha frágil e rochedo escuro.                                 
Ser mulher é ser um universo.
É canção pra adormecer,
É suspiro dolorido...
É compaixão e alimento.                                                                                                                                           É cansaço, trabalho mal pago,                                                                            menos valia,rotina...
Ser mulher é ser perfume,
maciez de pétala,aconchego.
A clarear destinos,
estrela cintilante.
Suavidade e fortaleza,
mão que conduz e afaga
e, que tantas vezes,cansada,
esquece de si mesma
doando-se um pouco mais!   

Cezarina Macedo/dez.2011.

Eugene de Blaas



domingo, 27 de novembro de 2011

PEDAÇOS DE UM POEMA...

ALGUNS TRECHOS DO POEMA DE J.G.DE ARAÚJO JORGE...
.

ÂNSIAS

(... )
Quero essa alma de céu que é a alma das crianças
e dos Poetas!
E essa paixão de louco pelas coisas belas,
- esse culto pagão
pela luz que escancara os olhos das janelas
e acorda a vida que dorme
e sonha, no chão!

Quero ser água e correr sem represas
por lugares diversos
e por terras estranhas,
odeio esse destino das montanhas
encarceradas dentro de si mesmas
e enterradas no chão ...
Que eu seja ao menos como um passarinho
para poder fugir ou me afastar
de onde homens estão!

Namorado das nuvens vagabundas
que sobrepairam picos e altitudes
flutuantes como véus,
amo a distância e a altura - a altura que deslumbra!
- a distância que atrai ... que empurra os horizontes
e os céus!



Andar como os rios andam, sem saber por quê,
saltar como as cachoeiras
gesticular como os galhos
e ser livre como o vento
que ninguém prende nem vê...
Cantar como as aves cantam
amar como as flores amam
à luz do sol, do luar, no aconchego de um ramo
e então gritar: - eu vivo! e então gritar: - eu amo!



Viver embriagado de espaço!
dos sons bárbaros da terra
do perfume das coisas
das árvores, do mar, dos campos sem cercados,
dos pássaros que voam tontos, deslumbrados,
e da cantiga das fontes!
Desconhecendo a prisão de todas as fronteiras
e amando a inexistência de todos os horizontes!


Ergo os olhos ao céu
ergo os braços para o alto
e canto um hino ao ar, ao sol, à liberdade!



 ( Poema de J. G . de  Araujo Jorge
do livro " AMO ! " -  1938 ) 



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

UMA POESIA DA PARANAENSE HELENA KOLODY...


A poetisa Helena Kolody nasceu em Cruz Machado (PR), em 12 de outubro de 1912, e faleceu em Curitiba (PR), em 15 de fevereiro de 2004. 







ALEGRIA DE VIVER



Amo a vida.
Fascina-me o mistério de existir.

Quero viver a magia
de cada instante,
embriagar-me de alegria.

Que importa a nuvem no horizonte,
chuva de amanhã?
Hoje o sol inunda o meu dia.

Helena kolody-1987


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PINTURAS DE ÉMILE EISMAN-SEMENOWSKY(1857 – 1911) e um verso meu....



ESTE PINTOR FRANCO-POLONÊS DEDICOU-SE A PINTAR BELAS MULHERES E MENINAS.
DEIXOU UMA VASTÍSSIMA OBRA ESPALHADA EM VÁRIAS GALERIAS DE ARTE DO MUNDO.
SELECIONEI APENAS TELAS DE CIGANAS,INSPIRADA NO ARTIGO POSTADO PELO BLOG "A COZINHA DOS VURDONS" 


.
MEU CAMINHO


Ando a caminhar nas praias desertas
desta vida...
Concha a rolar,na areia macia
soprada pelos ventos...
Guardando,dentro de mim,as canções esquecidas
que o Amor,um dia,
cantou aos meus ouvidos!

Ah!Nesse meu gao cigano,sem descanso,
vou cumprindo o meu fado,a minha sina...
Traçando meu caminho ignorado,
nessa loucura própria de quem ama!

Quisera prever o teu Destino!
Ler na tua mão, que hás de querer-me,um dia!                                                       E,unir tua alma à minha num pacto sagrado,
numa antiga e mística magia!


CEZARINA MACEDO/SET.-2008.














LINDAS PINTURAS,UM POEMA E, A MARAVILHOSA MÚSICA FLAMENCA...

OLÉ,GITANOS!


IMAGENS DO GOOGLE

terça-feira, 15 de novembro de 2011

MAIS UM VERSO MEU...



Minha Alma


Minha alma é dividida
como as duas margens de um rio...
De um lado é tudo emoção,
do outro fala a   razão.
De um lado é a arte quem manda,
que faz poesia,pinta cores, cria sons...
No lado que raciocina
mora uma outra mulher,
que pensa,pondera,escuta,
 e às emoções não se entrega .
Minha alma é dividida,
meu sangue o é, também...
De um lado tem calmaria,
do outro vem tempestades;
de um lado tem fogo e chama ,
enquanto, o outro não arde...




Cezarina Macedo/nov./2011.






Imagens do Google.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PEQUENO POEMA DA VERDADE...



Não sei se falo,
Não sei se calo...
O mundo é uma colcha
de retalhos.
De todas as cores.
De todas as idéias,
de múltiplas visões.
O mundo é cheio de
opiniões.
Não sei se falo 
ou se me calo.
Aceito ou não.
Mas,só me aceito
se a Verdade nua
servir de  regra
pro meu coração.

CEZARINA MACEDO/NO/2011.


sábado, 29 de outubro de 2011

NOTURNO EM SI BEMOL





Na página branca
me procuram versos.
Flores do tempo
despetaladas  em tardes
cinzentas e vazias...

Na pauta em branco
me procuram sons
que ao piano
meus dedos leves
Acariciando  teclas, vagam,soltos , sem inspiração.                                                                                                                                                                                                                                                                                          


Na tarde fria
me procuram sonhos...
Perdidos, soltos, tristes,
Sem razão.

E as horas sem sentido,
Escoando pelas calçadas
Do tempo,
Encharcam-me de saudade
O coração.

Na noite escura
me procura a Lua.
Derramando em mim
Suas lágrimas de prata.

Escondo-me da noite
Numa concha vazia,
Cobrindo-me de trevas,
e de sonhos,                                                                                                                    
enrolada  em                                                                                                                                                     minhas próprias e esquecidas
fantasias.


Cezarina Macedo/outubro-2011

                                                                                                                                                                            

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

HOMENAGEM A UMA ROMI QUE SE FOI...





"Cigano não morre, vira estrela, para que outros ciganos olhando para o céu, tenham a certeza de que nunca estão sozinhos."
 Ditado Rhom.


Minha homenagem a uma estrela...Marlene Brandão.
Travelerto! 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

POEMETO...



TARDE CHUVOSA



Olho a chuva
na tarde cinzenta.
A lembrança me faz voar
a mundos paralelos,
a dimensões do Tempo.
Ouço fadas cantando.
Só os poetas me entendem,
ou as crianças pequenas...
Ouço fadas cantando.
A chuva toca piano
na vidraça embaçada.
A tarde cinzenta
me conta histórias
de castelos e princesas encantadas...



Cezarina Macedo/maio/2011.





IMAGENS DO GOOGLE

sábado, 22 de outubro de 2011

MAIS UM POEMA MEU...






ABISMOS

Escrevo dentro da noite.
Estou só.
Lá fora há mais trevas do que estrelas,
como há cavernas escuras dentro de nós,
onde nunca penetramos,
talvez com medo de saber verdades.

Que imenso oceano!
Que abismos profundos!
Quanta mágoa escondida...
Quantos sonhos pisados
como flores esmagadas
pelos pés afoitos e egoístas
daqueles que passam
sem nos ver...
Quanto tempo perdido
A lamentar mais tarde!

Que mistério insondável
é o ser humano...
Somos, quem sabe,
como espelhos quebrados...
Em mil pedaços esparsos,
os sentimentos partidos,
estilhaçados... enterrados
bem fundo, no coração!
E a cada respiração
que nos traz vida
sentimos doer velhas feridas,
numa dor funda,
ardida,
sem consolação!

Somos como os mares, volúveis...
Ao sabor dos ventos ou das nuvens,
das marés variáveis, de correntes
profundas...
De abismos desconhecidos
mas que atraem...
Com suas canções estranhas
de sereias!

Cezarina Macedo/2002.

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